terça-feira, 29 de julho de 2014

A grama do vizinho

A grama do vizinho é sempre mais bonita, já dizia Dona Odete. 
Hoje eu acredito nessa história de que as coisas são mais bonitas e legais quando vistas e sentidas do lado de fora do contexto.

Você olha o canteiro do vizinho, fica encantando com o verde vistoso e, automaticamente, compara-o com o seu, ainda amarelado, pedindo por água. 
É nesse instante de comparação que nos enganamos.
Logo imaginamos que o canteiro florido sempre expôs boa aparência e, diante de nossas flores ainda sem cor, desanimamos.

É, quem foi que disse que aquele verde foi sempre vistoso.? Ele também começou amarelado, passou por dificuldades, conflitos e, finalmente, enraizou. 
Criar raízes exige cuidado.
Exige disposição para aguar todos os dias, mexer a terra, semear, proteger do sol. 
Semente é coisa que não chama atenção, monocolor, e, ainda assim, nenhuma flor desabrocha sem antes ser semente. 

O canteiro do vizinho é mais bonito porque o processo de sua construção não fica evidenciado em sua aparência. 
As coisas são mais bonitas e legais quando vistas do lado de fora, porque o lado de fora restringe as dificuldades. 

Para que o canteiro seja igual ao do vizinho é preciso paciência, acima de tudo.
Paciência para enfrentar as situações tortuosas, enfrentar a seca para depois florir. 

Pois é, a grama do vizinho não é mais bonita. Ela só é bem cuidada. 
Não vale a pena mudar de canteiro na primeira seca, vale mais preparar o solo para a próxima chuva. 
É com preparo que sua grama será capaz de encantar o vizinho do outro lado.

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