Pearl
Jam tem uma das músicas mais lindas do mundo. Talvez ela goste tanto de Sirens
quanto daquele vinho barato que entope as prateleiras do supermercado, ou
prefira os dois juntos – perfeita sintonia. É claro que mantem isso em segredo.
Um fato trancafiado na caixa das coisas que só são reais se aliadas à solidão.
Ela
também gosta de ouvir Stone Temple Pilots enquanto corre, apesar de achar as
canções um tanto quanto desconexas demais. Interstate Love Song combina com seu
suor. Talvez porque compartilhe o sentimento de que, naquele momento, respirar
é, de fato, a coisa mais difícil a ser feita.
Outro
dia, encontrou, perdido no porta-luvas do carro, um CD antigo e riscado pelo
tempo. Daqueles que a gente grava em uma tarde ociosa e esquece de nomear com a
caneta azul de ponta grossa. Era Radiohead. A primeira música, Karma Police,
fez com que ela lembrasse do quanto gostava da banda em 2006. Talvez outras
tenham ocupado o lugar de preferidas. Mas a memória daquele piano ainda estava
ali.
Naquela
caixa de segredos onde se encontra o gosto pela mistura entre Pearl Jam e vinho
barato, ela esconde também todos os CDs do Coldplay, ainda que resista a
admitir sua paixão pela banda quando é questionada sobre The Scientist.