Depois de tanta secura, choveu. E, diante dessa noite inundada, afirmo: um dos maiores prazeres da vida, daqueles invisíveis aos olhos desatentos que teimam em ignorar os detalhes de tudo o que é simples - e não por isso menos grandioso, é dormir com o barulho de gota d'água na janela.
Água que cai para lavar a alma sem molhar, música que bate no vidro e acalma os ouvidos acostumados ao som cinza das cidades.
Cabe tanta poesia dentro de um pingo que cai e, ainda assim, aqueles de olhar fixo no óbvio, queixam-se quando o tempo começa a fechar.
Por mais noites com chuva da janela e quartas que comecem limpas - livres da poeira acumulada dos dias.
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