quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Poesia nas miudezas dos dias



Depois de tanta secura, choveu. E, diante dessa noite inundada, afirmo: um dos maiores prazeres da vida, daqueles invisíveis aos olhos desatentos que teimam em ignorar os detalhes de tudo o que é simples - e não por isso menos grandioso, é dormir com o barulho de gota d'água na janela. 

Água que cai para lavar a alma sem molhar, música que bate no vidro e acalma os ouvidos acostumados ao som cinza das cidades. 
Cabe tanta poesia dentro de um pingo que cai e, ainda assim, aqueles de olhar fixo no óbvio, queixam-se quando o tempo começa a fechar. 



Por mais noites com chuva da janela e quartas que comecem limpas - livres da poeira acumulada dos dias.

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