segunda-feira, 2 de abril de 2012

O (des)encontro


Espera a Felicidade chegar sentado em um café. O pedido é um chá gelado, amargo, sem cor e, depois de horas traduzidas em anos, só resta a conta a ser paga, sem que a convidada tenha comparecido ao encontro.
A conta, diferente daquelas compostas por cifrões, cobra o tempo perdido de espera.
Talvez a Felicidade tenha comparecido, não com a cor de roupa combinada, mas com uma aparência nunca antes imaginada. No entanto, desatento aos sinais, passou o tempo todo ao seu lado sem tampouco notá-la.
Nós, seres insatisfeitos, buscamos sempre mais. 
Se alcançamos o objetivo almejado, arranjamos logo outro para substituí-lo. 
Queremos tudo, mas esquecemos que não podemos tudo.
O grande paradoxo é que não podemos tudo, mas podemos querer tudo.
Portanto, pague a conta do café, vá embora e desmarque o encontro. A Felicidade, com todos seus codinomes, não sentará na sua mesa enquanto outros ocuparem as cadeira disponíveis.
Que o convite entregue à Dúvida e ao Arrependimento seja recolhido e tenha espaço de sobra para a chegada de sensações trazidas pela convidada de honra. 

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